Santa Teresinha do Menino Jesus (1873 – 1897)
PADROEIRA DAS MISSÕES E DOUTORA DA IGREJA
Festa no dia 1 de Outubro
A pequena flor - 1873 - 1897
1997 foi o ano das celebrações do Centenário da morte de Santa Teresinha de Lisieux (Teresinha do menino Jesus). Esse aniversário tem feito com que nosso olhar se volte para esta jovem Carmelita, membro de um Carmelo Teresiano da França, que soube expressar em seus escritos uma visão profunda das relações entre Deus e o ser humano, fruto de sua experiência pessoal conduzida pela ação do Espírito Santo. Sua missão tem a sido a de recordar-nos o essencial da mensagem cristã: que Deus é amor e que se entrega gratuitamente aos evangelicamente pobres; que a santidade não é fruto de nosso esforço, senão da ação divina, que somente nos pede um abandono amoroso à sua graça salvadora.Por isso seus ensinamentos não perderam atualidade e tem tido uma influência tal, que mais de trinta Conferências Episcopais e milhares de cristãos do mundo todo pediram que seja declarada Doutora da Igreja
Um pouco de sua vida
Santa Teresinha do Menino Jesus, Carmelita Descalça, nasceu em 1873 e morreu com 24 anos em 30 de setembro de 1897. Em 1997 celebramos o 1º Centenário de sua morte. O mundo carmelitano e eclesial preparou-se com grande esperança e entusiasmo para esse centenário. O tempo que Deus confiou a Santa Teresinha foi vivido de forma simples e intensamente. Os pais, de vocações religiosas frustradas de forma ridícula e clamorosa - o pai, por não saber latim, não pode entrar na Ordem dos monges de São Bernardo, e a mão foi recusada pelas irmãs Vicentinas, sem nenhuma explicação - casaram-se desejosos de ter um filho para oferecer a Deus.
Dos nove filhos que tiveram, dois eram meninos e morreram ainda crianças. Sobreviveram apenas as cinco filhas. Todas entraram para a vida religiosa, acabando assim a descendência direta da família Martin.
Teresa nasceu em 2 de janeiro de 1873. A mãe já tinha escrito cartas para amigos e parentes dizendo que iria nascer um "belo menino" porque o sentia movimentar-se muito dentro de si. Quando lhe disseram que era uma linda menina, não só aceitou satisfeita, mas também a amou com um amor sem limites.
Logo depois do nascimento da pequena Teresa, linda mas frágil, recomeça a preocupação, especialmente da mãe, que tem medo de perdê-la como os outros filhos. Doenças lhe aparecem: fraqueza, vômito... Busca uma ama-de-leite. É sempre a mesma Rosinha que tenta salvar os filhos dos Martins.Em pouco tempo Teresa se refaz. É viva, perspicaz. Diverte a todos e gosta de ser pirracenta em tudo o que faz. Ela é o centro das atenções. Suas artes infantis são relatadas nas muitas cartas da mãe Zélia.
O fato marcante da infância de Teresinha é a morte da mãe. Ela tem 4 anos e meio e não se lembra de tudo. Mas não consegue esquecer o último beijo que deu no rosto da mãe morta. É uma experiência que poder-se-ia chamar de trágica, e deixa seqüelas em sua vida.
O desejo de ser o centro de tudo e de ser amada leva-a a escolher como segunda mãe, Paulina, a irmã mais velha que será a primeira a entrar no Carmelo. Foi a ela que Santa Teresinha ordenou relatar os acontecimentos de sua infância.
Acometida por uma estranha doença, difícil de diagnosticar, foi curada não por intervenção médica, mas por Deus. Nessa ocasião, teve a visão de Nossa Senhora que lhe sorri, e fica curada imediatamente. Outros momentos importantes na vida de Santa Teresinha são: a viagem à Itália para pedir permissão ao Papa para entrar no carmelo, a entrada no Carmelo, a doença do Pai, suas dificuldades na oração. É uma ótima psicóloga e sabe administrar bem conflitos e sofrimentos de sua vida. Não se queixa, sabe oferecer tudo ao Amor Misericordioso, a quem se oferece pela salvação dos pecadores e pela santificação dos sacerdotes.
Particularmente intensos são os dois últimos anos de sua vida. A doença tuberculose a faz amadurecer, torna-a apta para descobrir a alegria na dor como participação nos sofrimentos de Jesus; como participação nos múltiplos sofrimentos de tantos irmãos que vivem à margem da vida e são marginalizados por tantos preconceitos.
Madre Inês é sua própria irmã Paulina. Sabe captar a importância e riqueza de sua irmãzinha. Por isso lhe bastará escrever as lembranças de sua infância. Celina, quando ingressa no Carmelo, leva consigo toda a parafernália de uma máquina fotográfica da época e transforma-se em ótima fotógrafa que, com a licença da austera Madre Maria Gonzaga, pode bater fotos à vontade - algo inexplicável até hoje para muitos Carmelos, mas são os segredo que Deus não revela a ninguém. De nenhuma santa e santo da época temos um álbum fotográfico tão precioso e tão rico como o de Santa Teresinha.
Os últimos 5 meses da vida de Santa Teresinha, maio a setembro de 1897, foram marcados pelas últimas palavras que pronunciava, as respostas que dava a quem lhe perguntava algo. Tudo foi fielmente documentado pela ágil e fiel caneta de Madre Inês, até e na noite de 30 de setembro, às 19 horas e 20 minutos, Teresinha morreu fazendo sua profissão de fé que tinha repetido durante toda sua vida: "Meu Deus, eu vos amo... eu vos amo".
Assim vivem e morrem os santos, amando a Deus.